Não há um único lugar nas terras de Tarvallon onde os humanos não estiveram presentes. Como um enorme tsunami que avança sem parar, sua presença é vasta e imensa, sempre em movimento. Vivem como se o amanhã fosse incerto, guiados pela ambição e pela astúcia, aproveitando-se de tudo o que Tarvallon tem a oferecer.

  Ao contrário de outras raças, os humanos não têm o luxo de simplesmente se sentar em seus aposentos e esperar o tempo passar. Eles constroem rapidamente, criam inovações com uma velocidade impressionante e se multiplicam de forma exuberante. É uma questão de tempo até que se tornem a raça mais numerosa dessas terras, mas enquanto isso não acontece, estão sempre ocupados com as atividades cotidianas.

  O surgimento dos humanos pode ser visto como uma tentativa de criar algo melhor do que o que já existia, embora tenha sido, no fundo, uma tentativa falha. Não possuem habilidades ou qualidades especiais em comparação com outras raças, mas sua capacidade de adaptação e seu foco inabalável os mantiveram em movimento. O que parecia um mistério — como uma raça sem características extraordinárias poderia sobreviver e prosperar — tem uma explicação simples: a ambição de alcançar uma vida melhor. Esse desejo profundo os mantém focados, e é esse foco que resultou em conquistas que muitas outras raças nunca imaginariam. Mesmo que suas tentativas nem sempre sejam bem-sucedidas, não se pode negar a força que os humanos desenvolveram ao longo de muitas gerações.

  No entanto, a evolução da espécie humana em Tarvallon é desigual. Embora muitos tenham se integrado à sociedade, buscando o progresso, há aqueles que permanecem à margem, em estados primitivos. Alguns humanos vivem de forma selvagem, sem qualquer contato com a civilização, e em casos extremos, até mesmo praticam o canibalismo. Estes indivíduos, muitas vezes reclusos e incompreendidos, são considerados uma ameaça ou uma curiosidade. Quando capturados, são frequentemente levados a centros de reabilitação, onde são treinados e socializados, com o objetivo de reintegrá-los à sociedade. Essa disparidade entre os humanos evoluídos e os que ainda vivem de forma bárbara reflete a complexidade de sua espécie: apesar de seu potencial para a grandeza, ainda enfrentam uma luta interna para superar os instintos mais primitivos.

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  Embora tenham conquistado seu lugar em Tarvallon, não estão imunes ao preconceito de outras raças. Muitos os consideram inferiores, com uma visão distorcida de que sua evolução rápida e muitas vezes desordenada os coloca em um patamar mais baixo em comparação com seres mais antigos e estabelecidos. Algumas raças, em particular, os veem como selvagens, associando-os aos poucos humanos que ainda vivem em estado primitivo, alimentando a ideia de que, por mais civilizados que pareçam, os humanos ainda carregam instintos bárbaros e violentos. Esse estigma é reforçado por sua necessidade de constantemente se adaptar e competir, o que leva a uma percepção de que não pertencem realmente à sociedade das outras raças, como se fossem eternos "novatos" ou intrusos em um mundo que não foi projetado para eles. Assim, apesar de suas conquistas, os humanos são frequentemente alvo de desdém e desprezo, vistos como seres inferiores, instáveis e até perigosos, à mercê de uma visão preconceituosa que se perpetua através das gerações.